Senti de dividir contigo como eu me sentia um tempo atrás, quando estava distante do lar da minha alma. Afinal, temos percebido alguns pontos em comum nas nossas histórias, né?
O ano era 2019 e eu completava quatro anos no mercado de trabalho. Sempre tive a cabeça voltada para as etapas “certas” (quem não?): termina o colégio, vestibular, faculdade, mercado de trabalho. Assim, dessa forma, sem intervalos, sem descanso.
Não lembro de ter tido contato com o descanso ou com o valor dele para a alma até pouco tempo atrás. Já, com o trabalho, o cenário era outro: “o trabalho dignifica a pessoa”, “quem não é produtivo(a) não tem serventia”, “primeiro o trabalho, depois a diversão”, “Deus ajuda quem cedo madruga” e mais algumas dessas formavam meu imaginário a respeito do trabalho.
Arrastada pelas crenças que nunca antes haviam sido trazidas para o consciente, seguia pela vida exausta. Trabalhando às vezes três turnos por dia e em alguns finais de semana (sem ganhar a mais por isso) me vi tomada por uma total falta de sentido, também entendida como “fome da alma”.
A Dra. Clarissa Pinkola Estés no livro Mulheres que Correm com os Lobos fala que nos afastamos do lar da alma quando não prestamos atenção ao que estamos fazendo e ao custo disso para nós. Muitas de nós trabalham sem cessar, pois encontram no trabalho uma forma de se sentirem dignas, úteis, importantes.
Mas quem foi que disse que precisamos provar nosso valor para alguém?
É claro que em um mundo material, em uma sociedade capitalista, o dinheiro tem importância. Afinal, ele é um instrumento que nos proporciona sustento e experiências. O ponto do meu questionamento é: a que custo?
Na vida, o recurso mais precioso que temos é nosso tempo. Nós somos responsáveis pelo uso do nosso tempo e da nossa energia. Será que estamos utilizando esses recursos de uma forma saudável para nós?
A boa notícia é que a alma possui uma sabedoria própria. Embora passemos longos períodos distantes de nós mesmas, desatentas ao nosso dia a dia, aos sinais do nosso corpo e às nossas emoções, recebemos a visita de uma vozinha (às vezes não tão) sutil que nos chama atenção ao que realmente importa. Que nos lembra que precisamos recuperar a vitalidade. Que é importante sentirmos felicidade no dia a dia.
No meu caso, ela veio na forma de dores físicas que me trouxeram um alerta gigante e me fizeram mudar a forma como eu estava me relacionando comigo mesma. E no teu caso, como ela se manifesta?
Nessa quarta (18/05 às 19h30), vamos nos reunir no Círculo Mulheres que Correm com os Lobos, online e presencial, para trocar vivências e experiências que enriquecem (e muito!) a jornada de (re)encontro com nós mesmas. São mulheres reais, como eu e tu, que se colocam abertas a receber a contribuição dessa partilha. Sem pré requisito. Não precisa ter participado de encontro anterior ou ter lido o livro para participar.
Aceita meu convite para voltar pra casa? 🌬️
Um beijo! <3
Bru
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