Eu, você e o tempo
Você se sente presa ou sente que o tempo te deixa presa dentro dele?
Com o tempo da natureza, está tudo certo. O nascer e o pôr do sol estão ocorrendo como sempre ocorreram. Quem está usufruindo do tempo de forma desarmoniosa somos nos.
Querendo fazer mais coisas em menos tempo, querendo que as coisas e as circunstâncias respondam à nossa expectativa de tempo ideal que só existe nas nossas mentes. As coisas simplesmente são. No tempo delas.
Na natureza, tem o tempo de plantio, de nutrição, de colheita, de poda e assim sucessivamente. Parece distante esse entendimento em um mundo em que se tornou banal apressar até esses processos, não parece?
Como você se sente ao pensar no seu tempo? Com o que você tem preenchido os seus dias? Eles são atolados de afazeres? E desses afazeres, quais deles são de fato para cuidar de você? Você abre espaço para fazer absolutamente nada? Você tem tempo?
A pandemia trouxe uma pausa forçada. Se fosse por livre e espontânea vontade, não teríamos parado para nos observar. Da mesma forma, embora com a pausa forçada, muitas pessoas resistiram a aproveitar esse momento para fazer uma autoanálise. Para se perguntar: para onde estou indo? O que estou fazendo todos os dias? Estou me sentindo bem com as escolhas que fiz e que me trouxeram até aqui? Como posso viver melhor hoje?
Sabe, o passado e o futuro são ilusões da nossa mente. Passado já foi. Lembramos de recortes dele. E o futuro ainda nem é. Embora por vezes imaginemos com tanta nitidez que até chegamos a crer que esse tempo de fato existe. Porém, o único tempo que realmente existe é o aqui e agora.
Dia desses, conversando com uma amiga, identificamos claramente o quanto o celular é um ladrão de tempo nas nossas vidas. Você percebe aí o quanto esse ladrão tem agido na sua vida? Redes sociais alimentam ilusões, comparações, consumo excessivo de conteúdo ininterruptamente..
Vivemos em uma sociedade em que as coisas externas a nós parecem acontecer muito rápido. Basta uma atualização no feed do Instagram para vermos o que está acontecendo nas vidas de centenas de pessoas. Informações brotam o tempo todo, de todos os lugares. A sensação é de que é tudo muito imediato, não é?
Mas e como está se passando o tempo aí dentro de você? Nesse caminho de observar a mim mesma, tenho percebido que o tempo dos meus sentimentos é outro. Diferente do tempo da minha mente. Por vezes me percebo em sofrimento por forçar a corresponder à minha expectativa de tempo que está tão misturada e confundida com o tempo externo.
Quando percebo que me perdi novamente nessa dinâmica, lembro que nem tudo precisa ser 8 ou 80. Existem muitos números entre esses dois. A gente pode escolher o caminho do meio. Lembro que autocuidado começa no tempo que dedico para mim, seja para escovar os dentes, passar um creme no corpo, me alimentar de forma adequada ou dormir bem.
Sem dedicar tempo de qualidade a mim mesma, caminho por aí no piloto automático com a mente focada no que passou ou no que ainda está por vir. Nessas horas, paro o que estou fazendo, respiro algumas vezes e me lembro de onde e como estou agora. Bruna, 26 anos, escrevendo esse texto para o blog Curandeiras de Nós. E você onde e como está agora?
Um beijo!
Bruna
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