Hoje quero compartilhar algo contigo que despertou em mim mais ou menos nessa mesma época no ano passado (no início da pandemia) e que deu uma virada 360º na forma como eu vinha levando minha vida.

Falei isso para poucas pessoas, mas vamos lá. Quando eu tava na pré adolescência não aceitava muito bem a ideia do que representava ter um corpo feminino.. quando começaram a surgir contornos no meu corpo e a relação com os meninos à minha volta mudou, de alguma forma culpava a mim por aquelas mudanças. A menstruação, eu via com olhos de aversão. Os sentimentos variavam entre nojo e vergonha.

Eu queria seguir sendo moleca, como sempre fui. Quem me conhece há mais tempo sabe que meus hobbies envolviam subir em árvore, andar de bicicleta, roller, patinete, skate e por aí vai. De repente, a ideia de ser mocinha me assombrava mais do que nunca. De natureza teimosa, quando comecei a despertar o senso crítico passei a me incomodar com o que representava ser mulher na nossa sociedade. Expectativas com as quais não concordava, esteriótipos nos quais não queria me encaixar. Como faz?

O tempo foi passando e eu fui atribuindo cada vez mais “bons olhos” ao que era masculino, bem como nos impele a sociedade em que vivemos hoje. Quem nasceu mais ou menos na mesma época que eu (1994) vai se identificar com a geração que veio para ocupar os espaços por muito tempo atribuídos ao masculino. Afinal, o que é do masculino é o que tem de melhor. Certo? Errado.

Tempos depois, com muito autoconhecimento, fui entender que negava absolutamente o feminino em mim. Talvez você saiba o que isso significa, talvez não. Mas eu explico. Energia feminina (ou yin, como queira, gosto de reforçar que isso não tem a ver com gênero) é uma energia espiral, do fluir, da nutrição, do sentir, da intuição, da arte, da suavidade. Cada pessoa carrega dentro de si determinada quantidade de energia yin e yang e aquela que temos em maior abundância é aquela na qual descansamos. Tá acompanhando o fio?

Possuo mais energia feminina, portanto descanso em situações de fluência, entrega, tranquilidade, amorosidade. Quando negamos o feminino em nós, não nos permitimos descansar nessa energia. Ficamos o tempo todo buscando ser mais produtivas, mais ativas, mais, mais, mais. Quando, na verdade, ansiamos por um pouco menos. Você se identifica com isso?

Existe também uma outra situação em que a raiz é a mesma: a negação do feminino. Pessoas que possuem maior concentração de energia masculina e acham que a energia feminina é perda de tempo, não conseguem se apropriar um pouco dessa energia e permanecem áridas, secas, rígidas. Você se identifica com essa situação?

Se não formos capaz de integrar a energia feminina que nos habita, vivemos em constante negação de partes de nós que necessitam de acolhimento e amor. É só quando abraçamos todas as partes negadas de nós que podemos nos enxergar com um potencial infinito. Só que isso, ao contrário do que muita gente pensa (que autoconhecimento tem que ser doloroso), exige pelo menos uma coisa: compromisso com o processo.

Para quem se identifica com qualquer um dos dois extremos e, ainda, para quem oscila entre os extremos, estou organizando algo que vai trazer de uma forma suave e potente (como diz Rupi Kaur “ser suave é ter poder”) o feminino para as nossas vidas. Trata-se de um círculo de mulheres super especial que vai ocorrer na próxima lunação, de junho. Para além das práticas propostas nos círculos anteriores envolvendo música, escrita, contação de histórias, meditações e rituais, convido a Milena Colognese, mulher detentora da medicina da dança, minha amiga, professora e fonte de inspiração, para enriquecer essa nova experiência.

Durante a lunação de junho, uma egrégora de cura do feminino composta por mulheres que decidem acolher seus processos com amor e gentileza se forma. Nos acompanharemos via grupo fechado no whatsapp e nos encontraremos via Google Meet em três segundas-feiras à noitinha (14/06 – abertura, 28/06 – acompanhamento e 05/07 – finalização).

Você sente que esse pode ser o momento de acolher o seu feminino e convidar a fluência, o descanso, o amor e a leveza a fazerem parte dos seus dias? Então clique abaixo para saber mais e se inscreva.

Estamos te esperando! <3 Bruna e Milena