Medo, intuição e propósito de vida
São 07:55 quando escrevo esse texto, acordei por volta das 5h e não consegui mais dormir. É raro, mas às vezes isso acontece. Cabeça fervilhante de ideias pós período menstrual. Recebi minha lua na noite anterior ao eclipse lunar em sagitário. Minha amiga e parceira Carol do Farol da Lua disse que, no meu mapa natal, a energia do eclipse pegou sobre as casas 6 e 12. Segundo ela, a primeira fala sobre trabalho, rotina, nutrição. Enquanto a segunda fala sobre missão de vida e espiritualidade.
Desde que criei a marca Curandeiras de Nós para dar vazão à vontade de compartilhar com outras mulheres tudo o que tenho vivido e aprendido nesse caminho de construir a minha autonomia como mulher e profissional alinhada com a minha essência, com a minha verdade, soube que tratava-se de um propósito espiritual. Como eu soube disso? Através de uma certeza no fundo da minha alma.
Faço parte do grupo de pessoas que despertou forte para a sua missão de vida durante a pandemia. A espiritualidade diz que esse é um momento de “chacoalhão” nos seres humanos que ainda estão ou estavam dormindo.
Quando iniciei, o que eu tinha era: uma grande quantidade de teoria e uma prática relativamente recente. Isso foi no início de 2020. Meu quadro era o seguinte: 25 anos de idade, algumas experiências profissionais no campo de minha formação, Comunicação Social – Relações Públicas, algumas frustrações decorrentes de relações com valores diferentes dos meus e uma vozinha que dizia “com o que tu já sabe sobre ti mesma tu tem plenas condições de auxiliar outras pessoas nesse caminho de encontro consigo”.
A vozinha trazia um direcionamento certeiro, ainda que completamente confuso para alguém ainda muito conectada com a mente, como eu. Outras vozes começaram a aparecer “e se der ruim?”, “o que vão pensar de ti?”, “e se tu não conseguir expressar o que tu quer dizer?”, “e se tu ainda não conseguir se fazer compreender?”, “e se não gostarem de ti?”. O tal do medo do julgamento.
Vou te contar uma coisa. Mais de um ano depois eu ainda ouço a voz do medo. A diferença é que tenho buscado, desde que tomei a decisão lá atrás de ouvir minha intuição, não paralisar pela voz do medo mais.
O medo não para de aparecer. Se alguém te disser que para, desconfie. Acredito que enquanto seres humanos que vivem no mundo da materialidade, os desafios dos ruídos da mente são para todos. É claro que tu pode buscar diminuí-los com prática de meditação, exercícios de respiração e ancoragem no momento presente. Mas dizer que as vozes da mente se calam.. talvez só em uma grande iluminação espiritual como um Buda.
Tem dias que me sinto pequena. Tem dias que me sinto caindo num abismo. Tem dias que tenho a sensação de que os pilares de sustentação estão se rompendo e as minhas certezas não são mais certezas. Isso já me deu muito medo. Mas agora não dá mais tanto. Sabe por quê?
Porque eu tenho aprendido a confiar. A confiar que sou regida, guardada e conectada a seres de luz que torcem para o meu êxito. E até mesmo (pasme!) me auxiliam quando peço ajuda. Mas para isso também tive que aprender a pedir ajuda. E a agradecer. Porque também não é justo só pedir e não reconhecer o tanto de bênçãos à nossa volta. Você consegue vê-las?
Se tu chegou nesse texto, com certeza deve ter uma cama para dormir, um pão para comer e uma roupa para vestir. Além disso, deve ter também pessoas que nutrem sentimentos verdadeiros por ti e te valorizam. Mesmo que sejam poucas. Isso é muito! Poder sentir o sol acariciando a pele.. Poder sentir.
Acho que um dos grandes aprendizados desde que iniciei o Curandeiras foi me abrir para o sentir. Afinal, eu precisaria lidar com o que sentiria a partir de cada expressão da minha alma que colocasse no mundo. Quando colocamos criações feitas a partir do nosso centro, do nosso coração, no mundo, temos a sensação de que são nossos filhos. E a possibilidade de serem rejeitados dói. Não vou negar.
Mas a sensação de ter dado voz a “filhos espirituais” é incrível! A energia é única. Você sente como se estivesse finalmente fazendo o que veio para fazer aqui. Unir o mundo invisível ao mundo visível. Trazer criações do subjetivo e intangível para a materialidade. Concretizar ideias. Vê-las tomar forma. Crescer. Tomar proporções diferentes. Criar vida própria. Uma verdade sobre os “filhos espirituais” é que, depois de nascidos, não temos controle sobre como eles vão impactar outras pessoas. Só nos resta confiar e entregar.
A última criação por meio do Curandeiras de Nós tem todo o meu coração porque, além de uma das formas mais poderosas do meu servir, o Círculo de Mulheres Online da lunação de junho conta com uma parceria muito importante para mim, com a minha amiga e Arte-Educadora Milena Colognese que vai acrescentar às técnicas já utilizadas para contato consigo (música, meditação, conto…) a prática corporal. A proposta desse círculo é que você aprenda a amar todas as suas partes para realizar os seus sonhos também. Como isso soa para você?
Com amor e entrega,
Bru
Quero fazer parte do Círculo de Mulheres
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