Desmistificando a criatividade
“Eu não sou criativa”, “criatividade não é o meu forte”, “isso é pra pessoas criativas” são frases que saem da tua boca? Vem cá que eu tenho uma coisa pra te contar.
Criatividade algo é intrínseco a nós. Nós, mulheres, somos férteis, capazes de gestar ideias, projetos. Somos cíclicas, capazes de dar vida, nutrir e permitir o definhamento das ideias tantas quantas vezes for necessário.
Que tal tirar essa aura de inalcançável da criatividade e encarar ela de outra forma? Nas palavras da inspiradora psicóloga junguiana Clarissa Pinkola Estés no livro Mulheres que Correm com os Lobos, criatividade “Trata-se de amor por algo, de sentir tanto amor por algo — seja por uma pessoa, uma palavra, uma imagem, uma ideia, pelo país ou pela humanidade — que tudo o que pode ser feito com o excesso é criar. Não é uma questão de querer; não é um ato isolado da vontade. Simplesmente é o que se precisa fazer.”
É disso que estou falando. De deixar esse amor transbordar. Todas somos criativas. Permitir a expressão da criatividade é onde reside nosso desafio. Primeiro, te convido a parar por alguns instantes e refletir sobre o que tem te feito avançar nos teus dias. Qual o caminho que tu tem seguido? Têm deixado fluir tua vida criativa?
Para facilitar a reflexão, compartilho as palavras da Clarissa sobre o estado em que nos encontramos quando estamos permitindo a expressão da vida criativa: “Os olhos das mulheres cintilam quando elas criam; suas palavras saem melodiosas; seu rosto fica ruborizado; seu próprio cabelo parece brilhar mais. Elas ficam excitadas com a ideia, interessadas pelas possibilidades, apaixonadas pelo próprio pensamento, e a essa altura, como o grande rio, espera-se que elas se derramem continuamente no seu próprio caminho criativo. É desse jeito que as mulheres se sentem realizadas.” Esse é nosso estado natural, saudável. É quando estamos expressando a vivacidade do nosso ser mais íntimo.
Como eu disse antes, permitir a expressão da criatividade é onde reside o maior desafio da mulher moderna. Nas palavras da Clarissa “Jamais podemos ‘perder’ nossa criatividade. Ela está sempre ali, preenchendo-nos ou então entrando em colisão com quaisquer obstáculos que sejam colocados no seu caminho”. E nós éramos (porque não seremos mais!) mestras em colocar obstáculos em seu caminho. Guiadas por padrões destrutivos acabamos por acreditar que o que podemos criar nunca está bom, é imperfeito e sempre falta algo. Vamos nos envenenando de critérios e barreiras que impedem que possamos enxergar o que está à nossa volta. Ora, é imperfeito sim. Assim como todas as coisas. Nada é perfeito, nem mesmo a reta é perfeita. Por que nós ou nossas criações deveriam ser? Nós estipulamos padrões inatingíveis para nós mesmas. Isso é justo?
Pensa aí, tu é tão crítica assim com as criações das tuas amigas? Fala com elas com tamanha rigidez tal qual a voz que ecoa na tua cabeça fala contigo? Quando tua mente trabalha podando todos os caminhos, ela está fazendo com que tu fique estagnada, dentro da tua casinha, dentro de si mesma, fechando os olhos para o externo e impedindo qualquer pulsação que poderia fazer com que tu agisse no mundo.
É possível diminuir esse peso, ressignificar, mudar o rumo da história. O caminho para isso é o AUTOCONHECIMENTO e a EMPATIA. Olhar de forma empática para si mesma, conhecer teus valores, reconhecer tua história. Esse movimento proporciona a descoberta das tuas potencialidades e a quebra de paradigmas há muito aceitos como verdades que limitaram a expressão de tudo o que tu é, que funcionaram como pedras na bagagem, só fizeram peso na trilha da vida. Bora dar uma revisada nessa bagagem? Deve ter muita coisa aí que não serve mais, só pesa rs. Bora tornar esse caminho mais leve e bonito? Continua acompanhando os próximos escritinhos que vou te dar uma mão nisso!
Um beijo! <3
Bru
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