Repressão emocional na infância afeta a vida adulta - Curandeiras de Nós

A repressão emocional infantil e seus efeitos

A repressão emocional infantil e seus efeitos

Escrito por Bruna Pinheiro

09/02/2021

A repressão emocional infantil e seus efeitos

 

“Homem não chora”, “Para de mimimi”, “Engole o choro”, “Não doeu, não foi nada, levanta e segue”, “Chorar é feio, incomoda os outros”, “Não incomoda”, “Não causa problemas”. Quando crianças, muitas de nós ouviram variações dessas frases, certo? Percebem o que elas tem em comum?

Repressão emocional. É sobre isso que vou falar hoje. 

Importante falar sobre as diferenças de gênero

Feminino: expectativa de feminilidade = doçura faz com que meninas se desconectem da raiva. Somos desde novinhas ensinadas a ser gentis, educadas e não causar problemas, o que nos faz aceitar situações perversas sem questionar, muitas vezes. Podendo levar a situações extremas como abuso dentro e fora de casa.

Masculino: principalmente em criações machistas e homofóbicas é exercido o controle sobre emoções da criança como medo, tristeza e até mesmo demonstrações de alegria e afeto podem ser consideradas exageradas e são reprimidas.

Será que eu tenho dificuldade de expressar emoções?

Se tu tá se perguntando “será que eu tenho dificuldade de expressar emoções?”, o segredo para descobrir é: observe-se. Em uma conversa, tu costuma demonstrar/comunicar o que está sentindo ou se preocupa primeiro com o que o outro vai pensar de ti se tu disser determinada coisa?

Gosto muito de uma frase da Brené Brown no Livro A Coragem de ser imperfeito que diz “Não podemos nos deixar ser vistos se ficarmos aterrorizados pelo que as pessoas podem pensar (…) Todos nós temos luz e trevas dentro de nós. O que importa é a maneira como escolhemos agir. Este é quem você realmente é.” 

A DESCONEXÃO EMOCIONAL é o “novo normal”

Eu já estive e talvez tu ainda esteja ou já tenha experienciado esse estado: em pessoas adultas, é possível observar a dificuldade de expressar sentimentos por comportamentos de fuga da realidade. Seja relacionado ao uso de alguma substância como álcool ou drogas ou, ainda, pelo uso desenfreado das tecnologias mesmo como forma de nos mantermos anestesiados.

Um exemplo clássico disso é o tempo que despendemos rolando o feed do instagram. As mil novidades por minuto liberam uma descarga de dopamina que eleva nosso nível de excitação e nos mantém ali por longos períodos de tempo.

Distúrbios da criança interior reprimida

Esses “sintomas” aparecem na vida adulta, mas para encontrarmos a causa precisamos buscar a raiz. E a raiz está na nossa criança. Vejamos alguns distúrbios relacionados às feridas infantis:

– Codependência: depender/perder sua identidade quando entra em uma relação.

Motivo: falta de conhecimento sobre si, seus sentimentos, suas carências, seus desejos.

– Comportamento agressivo ou passivo-agressivo: Ao menor sinal de problema responde com agressividade, não consegue comunicar sua real necessidade.

Motivo: carências guardadas.

– Distúrbio narcisista: só a pessoa existe.

Motivo: falta de amor na infância. 

– Comportamento de Repetição externo: repete na relação coisas que ouvia na infância e lhe feriram. Põe em prática regras dos pais que lhe fizeram mal sem questionar.

– Comportamento de Repetição interno: repete para si mesma coisas negativas a seu respeito ouvidas na infância; insatisfação constante consigo.

– Crenças mágicas: quando acreditamos que algo ou alguém vai chegar e resolver nossos problemas como num passe de mágica.

Motivo: sstá associada à crença que a criança adquiriu de que era responsável por fazer o outro triste ou brabo. Por exemplo, quem ouvia muito frases do tipo “olha só, deixou a mãe triste”, “deixou teu pai brabo”. 

– Distúrbio de intimidade: medo do abandono e de ser completamente dominada.

Motivo: a criança teve que ser diferente para ser aceita pelos demais e viver em uma máscara impede que ela mostre quem ela é DE VERDADE, na sua essência mais íntima.

Como sair da repressão emocional imposta na infância?

E se tu está te perguntando, “então como sair da repressão emocional imposta na minha infância?”, a resposta é: entendendo que hoje é possível sentir. Não só é possível, como é o caminho indicado para quem não quer viver uma vida robótica, no piloto-automático ou fugindo o tempo todo das emoções.

Tanto os sentimentos quanto a capacidade de exteriorizá-los são fundamentais para haver empatia com os demais. E a conexão com o outro nos faz experienciar o amor real. 

Mas para conseguirmos ser honestos em nossas relações, precisamos exercitar a AUTOVALORIZAÇÃO. Ela nos inspira a ser vulneráveis, a compartilhar sem medo e a perseverar.

Tem aquela frase do Sartre que diz “não importa o que fizeram com você. o que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você.” Aqui para nós, importa sim o que fizeram contigo. Mas entenda bem o que queremos dizer: importa porque é importante estar consciente do teu passado para perceber o quanto isso pode estar influenciando o teu presente e o teu futuro. O que propomos é que tu direcione para esse passado um novo olhar, agora com a consciência e com mais recursos do que tu tinha quando criança para dar novas interpretações.

Afinal, como diz na PNL (Programação Neurolinguística), os acontecimentos em si, são neutros. Não são bons nem ruins. Nós é que os significamos como bons, ruins ou o que seja. Por isso, existe em nós a capacidade de atribuirmos novos significados àquilo que nos feriu, que nos reprimiu, que nos afastou de parte importante de nós.

Hoje, como adultas, podemos abraçar nossa criança, que nada mais é do que entender que determinados comportamentos expressos hoje, principalmente no campo emocional, são respostas infantis. São gerados por carências, por traumas. E com consciência podemos ir alterando essa realidade. Cocriando a versão adulta que queremos expressar.  

Comprometimento com a eu de hoje

Sem julgamentos! Sem se punir! Tua criança não precisa de mais repressão. Ela precisa de compaixão e tu é a única pessoa que pode dar a ela a liberdade de se expressar livremente. Só tu pode te permitir sentir. Não espera que alguém chegue e te diga que tu pode sentir. Te permite. Se tem dificuldade de fazer sozinha, procura alguém para te acompanhar. Eu ofereço uma guiança gentil de reconexão contigo mesma por meio do Processo Individual de Autoconhecimento que dura 10 sessões. Clica aqui para saber mais.

Assista no IGTV a live salva sobre esse assunto.

Tô à disposição também no whatsapp, me chama!

 

Um beijo! <3

Bru 

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