Resgate da autoestima como cura: por que resolvi fazer esse projeto?
Autoconhecimento como cura: por que resolvi fazer esse projeto?
Acho que muitas coisas me trouxeram para esse caminho. Essa história deve ter começado quando recebi, lá na infância, o apelido de “cuidadora”. Características fortes minhas estavam relacionadas ao cuidado com o outro, à empatia. As pessoas me reconheciam por isso.
O tempo passou, eu cresci e na fase da adolescência, sem muito conhecimento de causa, aliás, com praticamente zero conhecimento de causa, passei a dedicar quase que integralmente minhas características cuidadoras a uma única pessoa. Muitos anos se passaram e, com eles, fui percebendo que aquela dedicação exclusiva fazia com que eu abdicasse cada vez mais de mim. Dos cuidados comigo mesma. Do meu espaço. De quem eu era. Eu já não sabia mais quem era eu e quem era o outro. Me perdi completamente de mim.
Essa foi uma das fases mais delicadas da minha vida. Foi nessa fase que encontrei um espaço de refúgio, de autoamor e de autocuidado, o Amor Movimento e Dança, que me despertou para a importância de olhar para mim, de me enxergar novamente. Como sujeito. Como mulher. Com gostos, preferências, anseios, características individuais, potencialidades. Quanto mais eu (re)descobria quem eu era, mais eu percebia que algumas coisas na minha vida não estavam alinhadas com o que eu estava resgatando de mim. Foi nesse momento que me permiti olhar para minhas relações e reconheci estar vivendo um relacionamento abusivo.
A partir do rompimento com a relação tóxica, passei a dedicar boa parte das minhas características cuidadoras para me curar de mim. Foi nesse momento que descobri a tremenda força de regeneração que existia em meu interior. Percebi as muitas cinzas do processo de deterioração vivido e olhei-as ali, formando um cemitério de ilusões, sonhos, anseios e expectativas. Partes de mim morreram no processo. Partes não voltariam à vida. Outras, necessitavam de atenção, de cuidado, precisavam de amor e luz para poder voltar a florescer.
Descobri, então, que o processo de resgate de uma autoestima ferida é longo e não-linear. Tem altos, em que tudo parece estar em uma atmosfera harmônica, e tem baixos, em que o poço é inevitável e a sensação é a de que nada vai conseguir te tirar de lá. Vi que as respostas que eu buscava e a força de que eu necessitava estavam dentro de mim e que existiam práticas, técnicas e saberes aí fora para me ajudar a acessar a cura para as minhas próprias feridas internas.
Me abri então para processos de autodescoberta como: terapia, arte, processos de coaching, práticas integrativas complementares, espiritualidade, cursos e leituras de autoconhecimento (vou abordar cada um deles nos próximos posts). Para além da autodescoberta, alguns espaços de conexão e acolhimento em grupo tiveram forte apelo, como o já mencionado AMD e o grupo de estudos de florais do Farol da Lua.
Percebi que quanto mais eu aprendia as formas de conexão que melhor funcionavam para mim, mais eu me interessava em me tornar minha melhor amiga. E mais eu tinha vontade de ajudar outras mulheres a se encontrarem, se conectarem consigo mesmas e trazerem à tona seu máximo potencial. Então, junto com a Helaysa Pires, facilitei, em Santa Maria e Porto Alegre, rodas de conversa intituladas Conversas Guiadas pelas lendas do livro Mulheres Que Correm com os Lobos, de Clarissa Pinkola Estés (a verdadeira bíblia do feminino, se tu não leu ainda, te aconselho fortemente a leitura), onde discutíamos de que forma as lendas trazidas no livro ressoavam na nossa relação conosco mesmas. Esse projeto foi realizado no no ano de 2019 e ajudou dezenas de mulheres.
Percebi mais claramente, nesse meio tempo, que era muito rígida comigo mesma, muito rude, crítica e carrasca. E que a maior parte dos meus desafios de expressão da comunicação e da criatividade advinham do perfeccioniscmo exacerbado e do medo do meu próprio julgamento. Tendo tomando consciência dessas coisas, decidi vencer essa limitação e compartilhar com outras mulheres, conteúdos relacionados a autoconhecimento, autoestima, cura de feridas internas, liberação da expressividade, da criatividade, empoderamento e mais conteúdos relacionados ao feminino. Acredito que o caminho de resgate da autoestima é longo e árduo, mas pode ser mais leve quando temos umas às outras para nos apoiar. E é a isso que me proponho com esse projeto.
Eu, curandeira de mim. Nós, curandeiras de nós.
Vamos juntas?
Um beijo! <3
Bru
P.S: se inscreva no canal do Youtube para acompanhar mais conteúdos em vídeo
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